
Em meio às bandeiras coloridas, aos gritos de resistência e aos atos de amor coletivo, uma presença constante chama a atenção em Arujá e região: Rosa Maria, de 56 anos, mãe de dois filhos gays, sendo um deles Andy, militante LGBTQIA+ conhecido na cidade. Moradora de Arujá há 45 anos, Rosa faz questão de estar ao lado do filho em cada evento, marcha e manifestação pelos direitos da comunidade.
“Para mim, é uma honra e um aprendizado constante. Estar ao lado do Andy nesses espaços é mais do que apoiar: é mostrar que ele não está sozinho. É emocionante ver a força da comunidade LGBTQIA+ e sentir que, como mãe, posso contribuir com acolhimento, presença e amor. Sinto que estou também lutando por um mundo melhor, mais justo e seguro para todos os nossos filhos”, afirma Rosa.
A trajetória não foi fácil. Rosa relembra que precisou enfrentar o preconceito social e, muitas vezes, os próprios medos. “No começo, enfrentei o medo do preconceito e da violência, e também precisei desconstruir algumas ideias que aprendi ao longo da vida. Mas acima de tudo, aprendi o verdadeiro significado do amor incondicional. Ser mãe de dois filhos gays me ensinou sobre coragem, empatia e a importância de ouvir. Cresci muito como pessoa e como mãe. Hoje, tenho orgulho de quem meus filhos são e luto ao lado deles com o coração cheio de amor,” conta emocionada.
Para Rosa, o papel da família é essencial na vida de pessoas LGBTQIA+, especialmente em tempos de ataques e retrocessos nos direitos da comunidade. A mensagem que ela deixa para outras mães e pais é clara: “Acolham seus filhos. Ouçam com o coração aberto. O amor de uma família pode ser a base que sustenta alguém nos momentos mais difíceis. Não deixem que o preconceito da sociedade fale mais alto do que o amor que vocês têm. Quando apoiamos nossos filhos como eles são, ajudamos a construir um mundo mais humano e justo. E, acreditem, não há nada mais bonito do que ver um filho feliz sendo ele mesmo.”
Em Arujá, Rosa Maria se tornou mais do que a mãe do Andy. Tornou-se símbolo de afeto, respeito e militância viva ao lado da juventude LGBTQIA+ da cidade.
