
Enquanto Eduardo Paes posa nas redes sociais como “rei dos gays” e promete trazer Beyoncé para um megashow gratuito no Rio, a cidade assiste a mais uma tragédia silenciada. Danny Rocha, mulher trans e cozinheira da CasaNem — tradicional espaço de acolhimento LGBTQIA+ — foi brutalmente assassinada na madrugada desta terça-feira na Lapa. Mais um nome que engrossa as estatísticas alarmantes de transfobia no país que mais mata pessoas trans no mundo.
O contraste não poderia ser mais cruel. Na cidade onde Madonna reuniu milhões e onde já se fala de Beyoncé, travestis e mulheres trans seguem enfrentando abandono, violência e assassinatos em becos, esquinas e ocupações, longe das câmeras e do glamour. Danny Rocha foi mais uma vítima dessa realidade.
Enquanto o prefeito se promove com discursos pop e memes, o poder público segue falhando em garantir segurança, políticas públicas e dignidade para a população trans e travesti. Lady Gaga pode estar indo embora, Beyoncé pode chegar, mas nas ruas, quem vive a dura realidade sabe: quando os shows terminam e os holofotes se apagam, a transfobia segue matando.
Danny Rocha não será esquecida. Seu nome ecoa como denúncia, memória e urgência de luta.
Matéria de Lucas Robres, com adaptação de texto por Ghe Santos.
