
Quando o assunto é coragem, afeto e luta por direitos, a história de Mário Perrone Grego merece ser contada e celebrada. Professor, técnico de enfermagem e militante histórico, Mário protagonizou, ao lado do parceiro Gledson Perrone Grego, um dos capítulos mais simbólicos da luta LGBTQIAP+ no Brasil: o primeiro casamento homoafetivo oficializado em cartório público no estado de São Paulo, sem necessidade de conversão judicial de união estável.
O marco aconteceu no Cartório de Itaquera, Zona Leste, no dia 18 de agosto de 2012 — uma escolha política e afetiva, para mostrar que direitos civis não podem estar restritos a bairros nobres ou elites, mas devem alcançar as periferias e suas histórias de resistência.

Cercados por 25 amigos e familiares, o casal viveu um momento de alegria e enfrentamento. Parte da família de Gledson não compareceu, reflexo do preconceito ainda enraizado. Mas, como disse Mário naquele dia:
“É muito lindo você lutar e conseguir”.
Para além da emoção, o casamento garantiu ao casal direitos civis plenos — herança, inclusão em planos de saúde, previdência e proteção jurídica. Um passo importante não só para eles, mas para toda a comunidade LGBTQIAP+, em especial os moradores das quebradas paulistanas.
Mário, que desde os anos 80 atua em movimentos populares e em políticas de prevenção às ISTs/AIDS, seguiu com sua militância, organizando ações para jovens LGBTQIAP+, defendendo educação inclusiva e lutando pela dignidade de quem vive à margem.

Seu casamento não foi só uma certidão assinada — foi um ato público de resistência. Um lembrete de que o amor é um direito, e que as periferias também constroem história, afetos e cidadania.

Eu Tenho Orgulho de contar essa história. De quem enfrentou preconceito, ocupou cartório, palco e rua, e mostrou que todo amor merece respeito, proteção e reconhecimento.
Show! Parabéns!
Felicidades, sempre!