
Enquanto o Rio de Janeiro celebra a fama de capital dos megashows gratuitos, com Madonna lotando Copacabana em 2024, o prefeito Eduardo Paes já mira o próximo nome de peso: Beyoncé. Entre especulações e postagens animadas nas redes sociais, Paes vem cultivando a imagem de gestor descolado e aliado da comunidade LGBTQIA+. Não à toa, costuma se autointitular, sem modéstia, como “rei dos gays”.
Mas o que há de real por trás dessa postura midiática?
A questão que circula nos bastidores é se esse título, que o prefeito gosta de ostentar, traduz efetivamente compromisso com as pautas LGBTQIA+ ou se é apenas um recurso de marketing político para capitalizar em cima de uma parcela do eleitorado jovem e progressista. Até agora, o apoio da gestão municipal às políticas estruturais para a população LGBTQIA+ segue discreto. Os holofotes ficam, sobretudo, para os grandes eventos de apelo internacional.
Claro, não dá pra negar que shows como o de Madonna e uma possível apresentação de Beyoncé têm enorme valor simbólico e cultural para a cidade. Mas a comunidade LGBTQIA+ carioca ainda espera ações concretas para combater a violência, ampliar políticas de empregabilidade e assegurar direitos — bem além do tapete vermelho das celebridades.
Fato é que, enquanto o prefeito desfila com coroas imaginárias e promove enquetes de qual diva pop vai embalar a orla carioca, há quem cobre mais profundidade e menos oportunismo. Porque representatividade é importante, mas respeito e compromisso real com as pautas do coletivo LGBTQIA+ são urgentes.
Fica o recado: a festa é boa, mas a luta continua.