Cantata de Natal do Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente emociona e quebra paradigmas

No último sábado, o Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente realizou sua tradicional Cantata de Natal, um evento que une história, cultura e emoção. Este ano, a celebração trouxe uma surpresa especial que marcou profundamente os presentes: a figura de um Papai Noel Negro, desafiando padrões históricos e culturais ao incorporar diversidade e representatividade à festa.
A imagem do “bom velhinho” sempre foi associada ao estereótipo eurocêntrico do homem branco de olhos azuis. No entanto, o Instituto, fiel à sua missão de preservar a história e promover a cultura, decidiu inovar e incluir um Papai Noel que refletisse a pluralidade da sociedade brasileira. “Estamos aqui para contar histórias, mas também para reescrevê-las quando necessário. Nosso objetivo é mostrar que a representatividade importa e que o Natal é para todos,” destacou Paulo Eduardo Costa, atual presidente do Instituto.
Um evento com significado histórico e cultural
Fundado oficialmente em 5 de fevereiro de 1959 por Francisco Martins dos Santos e Odete Veiga Martins dos Santos, o Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente é um marco cultural na região. Reconhecido por sua dedicação à preservação da memória e ao estímulo da cultura, o Instituto é o guardião do Museu Histórico e Geral da Cidade de São Vicente, que abriga 26 mil itens, e da Biblioteca Francisco Martins dos Santos, com mais de 57 mil volumes.
A Cantata de Natal deste ano foi realizada na sede do Instituto, um imóvel tombado pelo Condephaat desde 1988. O evento contou com apresentações musicais emocionantes, corais locais e momentos de reflexão sobre o significado do Natal, unindo o público em torno de uma mensagem de paz e união.
A importância da inclusão
A escolha do Papai Noel Negro foi muito mais do que uma decisão estética; foi um gesto simbólico que busca educar e sensibilizar a comunidade. “A sociedade precisa entender que símbolos também comunicam e educam. Ao incluir um Papai Noel Negro, queremos que as crianças negras vejam a si mesmas representadas em uma figura tão emblemática,” explicou Costa.
O público presente demonstrou apoio e entusiasmo com a iniciativa. Dona Maria Aparecida, uma das participantes, comentou: “Foi emocionante ver meu neto olhar para o Papai Noel e dizer: ‘Ele parece comigo!’ Isso não tem preço.”
Um futuro inclusivo
O Instituto segue empenhado em renovar suas ações culturais e educacionais. Recentemente, lançou a Confraria Jovem, um grupo voltado à integração e formação de jovens na preservação da memória e história local. A Cantata de Natal, ao quebrar paradigmas e tocar corações, é mais um exemplo do compromisso da instituição em ser um espaço de transformação e inclusão.
O evento encerrou com uma chuva de aplausos e sorrisos, deixando uma mensagem clara: o Natal é uma celebração de amor, diversidade e pertencimento. O Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente, mais uma vez, mostrou que a tradição pode e deve caminhar de mãos dadas com a inovação e a representatividade.