Premiê do Reino Unido considera enviar tropas à Ucrânia

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou estar “pronto e disposto” a enviar tropas britânicas à Ucrânia para garantir a segurança do país no longo prazo. A declaração foi feita em um artigo escrito por ele e publicado neste domingo (16) pelo jornal britânico The Telegraph, no qual o premiê defendeu que a presença militar ocidental será essencial para impedir futuras agressões russas após um eventual acordo de paz.

No texto, Starmer afirmou que o Reino Unido já garantiu um apoio militar à Ucrânia de 3 bilhões de libras por ano até pelo menos 2030, mas destacou que isso pode não ser suficiente.

“O Reino Unido está pronto para desempenhar um papel de liderança na aceleração dos trabalhos sobre garantias de segurança para a Ucrânia (…), incluindo a disposição de contribuir com nossas próprias tropas em solo, se necessário”, afirmou.

O líder trabalhista enfatizou na publicação que a paz na Europa depende diretamente da segurança da Ucrânia.

“Ajudar a garantir a segurança da Ucrânia é ajudar a garantir a segurança do nosso continente e a segurança deste país [o Reino Unido]”, escreveu Starmer. Ele alertou que qualquer cessar-fogo não pode ser apenas uma pausa antes de uma nova ofensiva russa.

“O fim desta guerra, quando vier, não pode se tornar apenas uma pausa temporária antes que Putin ataque novamente”, declarou.

A texto do primeiro-ministro ocorre às vésperas de uma reunião emergencial em Paris, convocada pelo presidente da França, Emmanuel Macron. O encontro, que deve ocorrer nesta segunda-feira (17), reunirá líderes de países europeus para discutir o futuro da segurança da Ucrânia, especialmente após os Estados Unidos e a Rússia iniciarem conversas para um acordo de paz.

Em seu texto, Starmer disse que “A Ucrânia deve estar na mesa nessas negociações [de paz], porque qualquer coisa diferente disso aceitaria a posição de Putin de que a Ucrânia não é uma nação real”.

Starmer afirmou que, no encontro desta segunda-feira, o Reino Unido buscará convencer seus aliados a aumentarem seus compromissos militares com a Ucrânia e fortalecerem a postura de segurança europeia.

“Temos que mostrar que estamos realmente sérios sobre nossa própria defesa e nossa própria responsabilidade. Falamos sobre isso por muito tempo – e o presidente [Donald] Trump está certo ao exigir que tomemos providências”, admitiu Starmer, sinalizando que a Europa não pode mais depender exclusivamente dos EUA para sua defesa. Ele também disse que vai se encontrar com o republicano nos próximos dias para garantir um “acordo de paz forte” no leste europeu.

Embora não tenha detalhado no texto quantas tropas poderiam ser enviadas à Ucrânia, segundo o Telegraph, Starmer está inclinado a concordar com a criação de uma força de paz europeia que atuaria dentro do território ucraniano após um acordo de paz com a Rússia, para garantir que Moscou não volte a invadir o país vizinho. Uma das propostas discutidas sugere que soldados ucranianos assumiriam a linha de frente da nova fronteira, enquanto tropas europeias ficariam posicionadas atrás deles. Fontes citadas pela mídia britânica indicam que até 100 mil soldados seriam necessários para tornar a operação eficaz, mas não está claro se os países europeus estariam dispostos a contribuir com esse contingente.

Para Starmer, a Europa não pode se dar ao luxo de hesitar.

“Estes dias cruciais determinarão a futura segurança do nosso continente. Como direi em Paris, a paz vem através da força. Mas o contrário também é verdadeiro. A fraqueza leva à guerra”, escreveu no artigo.

Por Gazeta do Povo

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