
O projeto, chamado Centro São Paulo-Minas Gerais para o Tratamento da Doença de Chagas (SaMI-Trop), é financiado pelo Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (Niaid) — um dos 27 centros de pesquisa que compõem o NIH — desde 2013. A iniciativa reúne pesquisadores da USP e de três universidades de Minas Gerais, com o objetivo de desenvolver novas metodologias para o diagnóstico e o tratamento da doenças de Chagas. A interrupção precoce prejudicaria milhares de pacientes que participam como voluntários no projeto.
O termo atual, firmado em 2022, prevê financiamento por cinco anos, até março de 2027. No início de fevereiro, porém, Sabino foi notificada pelo NIH de que os pagamentos do projeto estavam suspensos e que seria necessário aguardar por uma avaliação do Escritório de Administração e Orçamento do governo americano. A paralisação era reflexo de uma série de medidas restritivas impostas a atividades de pesquisa e financiamento internacional pelo governo Trump, incluindo a suspensão de reuniões dos comitês responsáveis pela seleção e avaliação de projetos do NIH.
Algumas semanas depois, Sabino conseguiu receber os valores referentes aos meses de janeiro e fevereiro, mas o futuro do projeto continuava incerto, já que os contratos de financiamento precisam ser renovados ano a ano. (Essa situação foi noticiada pelo Jornal da USP nos dias 12 e 28 de fevereiro.) O terceiro ano do projeto encerrou-se em 31 de março; mas só agora, duas semanas depois, a renovação foi confirmada, com a publicação da NoA no sistema do NIH. “Pelo menos para esse quarto ano, estamos garantidos”, celebrou Sabino.
O trabalho dos comitês de avaliação do NIH está sendo gradualmente retomado, mas a agência segue sob forte pressão para se adequar às novas exigências do governo Trump. Mais de mil funcionários foram demitidos e centenas de projetos de pesquisa foram cancelados nos últimos meses.