

Prossegue até o dia 13 de junho (sexta-feira), no Centro de Estudos Africanos (CEA) da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, o Seminário Internacional 50 anos das Independências dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa: narrativas, memórias e temporalidades. O encontro homenageia o intelectual e líder angolano Mário Pinto de Andrade.
De acordo com a professora Helena Wakim Moreno, que integra a comissão organizadora do seminário, os participantes do evento são professores universitários, acadêmicos e intelectuais de três continentes (África, América e Europa). Eles propõem reflexões críticas e intercâmbios sobre os processos de independência em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, destacando os legados, desafios e complexidades dessas dinâmicas históricas, contemplados em atividades de pesquisa, ensino e extensão.

Helena é pesquisadora associada ao Centro de Estudos Africanos (CEA) da USP e pós-doutoranda do Instituto de História da Universidade Federal Fluminense (UFF). “Eu fiz toda a minha formação na USP. Ingressei na graduação em 2006, fiz mestrado, que foi apresentado em 2014, doutorado em 2022 e, desde o ano passado, faço parte do CEA USP”, conta.
Homenagem a Mário Pinto
De acordo com a professora Helena, a homenagem a Mário Pinto de Andrade se justifica por diferentes razões. “Além de ser um intelectual incontornável dessa época, não só dessas geografias, mas do contexto africano como um todo, sua trajetória de vida e liderança política alinhava esses cinco territórios que estiveram sob dominação colonial portuguesa na África”, descreve.
Ela ressalta ainda que Mário Pinto de Andrade foi ensaísta, sociólogo, poeta e editor da revista Présence Africaine, uma das mais antigas e importantes publicações africana e afrodiaspórica em escala mundial, produzida em Paris. “Ele produziu e organizou coletâneas de poesia, bem como ensaios de caráter histórico e sociológico”, destaca a professora. Mário Pinto também foi presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola, o MPLA. Mas a professora destaca que a homenagem ao intelectual se dá por outro motivo. “Mário Pinto de Andrade chegou a ser oficialmente admitido, por carta, como professor da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras (FFCL), no Departamento de Ciência Política. Contudo, ele não assumiu o cargo porque ocorreu o golpe militar em 1964”, lembra.
Serviço
Seminário Internacional 50 anos das Independências dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa: narrativas, memórias e temporalidades
De 9 a 13 de junho, a partir das 10 horas
Auditório Milton Santos, Edifício de História e Geografia / FFLCH-USP
Av. Prof. Luciano Gualberto, 338 – Cidade Universitária, São Paulo