Intolerância religiosa estoura no reality de Carlinhos Maia

Ghe Santos
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Reprodução/Band Entretê

O Rancho do Maia, reality-show comandado por Carlinhos Maia nas redes, virou pauta pesada em 2025 — e não foi por memes ou tretas comuns de internet. Desta vez, as acusações são sérias: intolerância religiosa contra práticas de matriz africana.

O primeiro baque aconteceu em abril, quando a influenciadora Mathy Lemos saiu do programa de maneira brusca e contou nas redes que ouviu de Carlinhos um “procure Jesus”. Mathy é do candomblé e deixou no ar se sua eliminação teve ligação com sua fé. “Será que ele sabe que eu sou do Candomblé e está mandando eu procurar Jesus por isso?”, questionou.

Meses depois, em setembro, a polêmica explodiu de vez. Durante um quadro de humor, influenciadores apareceram vestidos de branco, simulando banhos de folhas, jogo de búzios e até a incorporação da Pomba-Gira. A cena ganhou um tom ainda mais pesado quando um participante disparou: “Sou cristão, esse negócio não vem pro meu lado que eu dou um tapa e você voa longe. Antes de tudo, tá repreendido.”

A internet não perdoou: as críticas foram imediatas, apontando desrespeito, racismo religioso e reforço de estigmas históricos contra religiões de matriz africana.

E a repercussão não ficou só nas redes. Anitta, que segue o candomblé e era amiga de Carlinhos, deu unfollow no influenciador em protesto. Ele, em vez de pedir desculpas, revidou: “Vou continuar ouvindo as músicas, lança álbum novo, tá se levando a sério demais. Tá chata.”

Com isso, a edição 2025 do Rancho do Maia ficou marcada não por diversão, mas pela discussão urgente sobre como o entretenimento digital ainda reproduz preconceitos religiosos — e o quanto a intolerância, mesmo disfarçada de piada, continua ferindo milhões de pessoas que vivem sua fé nas periferias, nos terreiros e nas comunidades pelo país.

Aviso: Este texto reflete a opinião do colunista responsável pela matéria, não representando necessariamente a posição editorial do portal.

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