
O amor está no ar — e também nas batidas envolventes do mais recente projeto de Péricles, Pagode do Pericão 3, gravado em São Paulo. Com a proposta de resgatar grandes pagodes das décadas de 80 e 90, o cantor escolheu a dedo verdadeiras joias do gênero. Entre elas, uma que brilha com força especial: Só Quero Te Namorar, um dos pagodes mais românticos do repertório de Leci Brandão.
A canção, lançada originalmente em 1987 no LP Dignidade, carrega uma doçura rara e uma simplicidade cativante. Leci relembra que, ao apresentar a letra ao amigo Arlindo Cruz, recebeu dele o incentivo para gravá-la. “Ele disse que a música era singela e bonita, que falava da ingenuidade do amor. E assim nasceu esse pagode”, conta Leci.
Para a nova versão, Péricles fez um convite especial à cantora Maria Rita, e o resultado é um dueto carregado de emoção e leveza. A regravação não apenas celebra uma obra atemporal, como também conecta gerações: a juventude que talvez não conheça a versão original de Leci agora poderá descobrir (e se encantar com) essa letra que atravessa quase 40 anos.
Regravar Leci é mais do que reverenciar a história do samba e do pagode. É manter viva uma obra que sempre caminhou entre o amor e o social, entre o sentimento e o posicionamento. Leci, que nunca se esquivou de abordar temas urgentes, também encontra espaço para cantar afetos — e nos lembra que o amor também é resistência.
Vale lembrar que essa parceria entre os dois não é inédita: em 2001, Leci gravou Tudo Menos Amor e convidou Péricles para dividir os vocais. Anos depois, é ele quem retribui o gesto, dando nova vida a um clássico do seu repertório.
E os planos não param por aí: o cantor afirma que o Pagode do Pericão – Parte 2 será gravado no Festival The Town, no Palco Quebrada, com a participação especial do rapper Dexter. Um encontro potente entre o samba, o pagode e a música de quebrada que promete emocionar e elevar ainda mais o gênero.
Com Só Quero Te Namorar, Leci Brandão segue firme no coração do povo e no repertório dos grandes nomes da música brasileira. E o pagode, mais uma vez, prova que é casa para as emoções mais profundas — e mais bonitas — que cabem numa canção