
Chaussy, França — De 20 a 22 de maio de 2025, a cidade de Chaussy, na França, sediará o “Peoples for Forests – Global Gathering”, um encontro internacional que reunirá 90 protetores e defensoras das florestas, do clima e dos territórios das Américas, África, Ásia, Europa e Oceania. Organizado por Mídia NINJA (Brasil), FERN (União Europeia), TINTA (internacional), IDEF (Costa do Marfim), BLESS Foundation (Indonésia), Centro Indígena de Acción Integral – CIAI (América Latina) e Climax (Brasil), o evento tem como objetivo fortalecer alianças globais e estratégias de resistência e transformação diante da emergência climática e dos ataques crescentes aos territórios e aos povos que os protegem.
O encontro também integra o processo de articulação internacional rumo à COP30, que será realizada no Brasil, e busca construir pontes entre movimentos e comunidades que lutam por justiça ambiental, cultural e social.
A ação contará com interpretação simultânea presencial em quatro idiomas (português, inglês, francês e espanhol) e será registrado em vídeo e foto para ampla circulação dos conteúdos.
Com o slogan “Curar a Terra. Proteger os povos. Defender o futuro.”, o lançamento oficial nas redes sociais (@midianinja) acontece em 15 de abril de 2025, convidando a imprensa e o público a acompanharem as mobilizações.
Convidados e Convidadas de Referência Global
Entre os participantes confirmados estão vozes reconhecidas internacionalmente por sua atuação em defesa das florestas, dos direitos humanos e da justiça ambiental. A ativista brasileira Ângela Mendes, filha de Chico Mendes e presidenta do Comitê Chico Mendes, participa representando as reservas extrativistas da Amazônia e o protagonismo de jovens e mulheres nesses territórios. Da Indonésia, a pesquisadora indígena Dorthea Wabiser, da Papuásia Ocidental, atua com o PUSAKA no fortalecimento das juventudes e das mulheres frente às ameaças do extrativismo.
Diretamente do continente africano, a jornalista investigativa Madeleine Ngeunga, editora-chefe no Pulitzer Center, coordena reportagens de impacto sobre as florestas tropicais no Congo. Da Europa, o sérvio Zoé Lujic, especialista em permacultura e ecocídio, pesquisa a cadeia da biomassa florestal nos Bálcãs e fundou o Centro pelos Direitos da Natureza na região. Já da Oceania, o defensor ambiental Samuel J. Kime, da Papua-Nova Guiné, atua na proteção de terras e direitos de comunidades locais, além de promover acesso a microcréditos para proprietários de terras consuetudinárias.
Essas presenças refletem o espírito do encontro: reunir lideranças com trajetórias potentes e diversas para construir alianças sólidas entre povos indígenas, comunidades tradicionais, mulheres negras, juventudes e ativistas de todo o mundo.
Temas e Objetivos Centrais
Durante três dias, as atividades vão abordar temas como resistência aos ataques territoriais, justiça climática, comunicação estratégica, educação popular, saberes ancestrais e o papel das juventudes. A programação, cuidadosamente estruturada, incluirá rodas de diálogo, oficinas, dinâmicas coletivas e trocas intergeracionais com objetivos claros e direcionamento político.
Cultura e cura no Centro da Ação
No Peoples for Forests, cultura não se limita às artes ou tradições. É entendida como modo de vida, conjunto de saberes, práticas, valores, espiritualidades e formas de se relacionar com o mundo. Em tempos de crise climática — que também é crise de monocultura — cultivar a diversidade cultural e os vínculos coletivos é parte essencial da cura e da resistência dos povos.
Um Chamado à Solidariedade Global
“O mundo clama por cura — e é na união dos povos que nasce a resposta. De diferentes territórios e lutas, ativistas de todas as partes chegam à França para um encontro ancestral e futuro, onde se tecem alianças e se desenham novos caminhos. Só um movimento global é capaz de virar o curso da história”, afirma a organização do evento.
O Peoples for Forests – Global Gathering é um marco na construção de um novo pacto de solidariedade global, destacando a importância da articulação entre povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais, juventudes engajadas e redes de ativismo climático para enfrentar os desafios socioambientais do nosso tempo.