Quem é a Associação Lyra?

Como uma instituição recém-criada foi escolhida para gerenciar o Centro de Referência LGBTI+ Luana Barbosa?

A recente decisão da Prefeitura de São Paulo de entregar a gestão do Centro de Referência LGBTI+ Luana Barbosa , na zona norte, à Associação Lyra levantou uma série de questionamentos. Com apenas dois anos de CNPJ e sem histórico comprovado de trabalho junto à comunidade LGBTQIAP+, a escolha da organização surpreendeu e indignou membros da comunidade e ativistas.

A dúvida principal é: como uma instituição tão nova e sem experiência reconhecida no setor foi aprovada em um edital que deveria priorizar organizações com trajetória consolidada no acolhimento e defesa da população LGBTQIAP+?

Experiência questionável

Embora a Prefeitura tenha justificado a escolha com base nos currículos apresentados, os ativistas apontam dúvidas sobre as consequências e a relevância da experiência declarada pelas pessoas associadas à instituição. Há algumas pessoas listadas que não possuem atuação efetiva em ONG ou com a causa LGBTQIAP+.

Isso levanta perguntas importantes:

  • Como a Prefeitura validou a experiência oferecida?
  • Quais critérios foram realmente usados ​​para a escolha?
  • Por que uma organização sem histórico concreta na área foi priorizada em detrimento de outras com anos de trabalho comprovado?

Abandono ou má-fé?

A decisão também reacende críticas à atual gestão da política LGBTQIAP+ da cidade de São Paulo. Para muitos, a escolha da Associação Lyra e do Instituto Claret , outro grupo controverso por sua ligação com a Igreja Católica, é um sinal de que a administração está desmontando as conquistas históricas da comunidade.

Tudo o que construímos com tanto esforço parece estar sendo desmantelado ”, lamenta um ativista. “ A Prefeitura, em vez de fortalecer as políticas de acolhimento, está entregando essas vagas a organizações que não têm conexão real com a nossa causa.

O papel da coordenação e da secretaria

A falta de posicionamento da Coordenação LGBT de São Paulo , liderada por Leonora Aquila , também é alvo de diversas críticas. “ Onde está a cooperação para defender os interesses da comunidade? ”questionam líderes locais.

Além disso, a ausência de respostas por parte de Soninha Francine , titular da Secretaria de Direitos Humanos, agrava a sensação de abandono. Para muitos, as autoridades responsáveis ​​pela política LGBTQIAP+ na cidade estão sendo coniventes com o enfraquecimento do movimento e das instituições de base.

Perguntas que desabilitam respostas

Diante desse cenário, a comunidade LGBTQIAP+ exige transparência e explicação:

  • Por que a Associação Lyra foi escolhida, apesar de sua inexperiência?
  • O que garantirá que o centro será bem gerido por uma organização sem histórico comprovado?
  • Qual é o compromisso real da Coordenação LGBT e da Secretaria de Direitos Humanos com a comunidade?

Até o momento, Leonora Aquila e Soninha Francine não se pronunciaram sobre o caso. O silêncio, para muitos, é garantidor e reforça a percepção de que há um desinteresse em proteger o legado construído pelas entidades que lutaram por esses espaços.

Um futuro incerto

A gestão dos Centros de Cidadania LGBTI+ sempre foi um pilar na luta por igualdade e direitos em São Paulo. Porém, com as recentes decisões, a comunidade LGBTQIAP+ teme que esses espaços se transformam em zonas de retrocesso , distantes da realidade e das necessidades de quem deveria atender.

A pergunta que fica é: para quem a Corrdenação LGBTI e a Secretaria de Direitos Humanos realmente está governando?

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