
Quem viveu, sabe. E quem não foi, sente falta até hoje. Em 2024, a cidade de São Paulo testemunhou um reencontro histórico: a celebração dos 50 anos da Chic Show, o baile black que atravessou décadas como símbolo de resistência, orgulho e identidade da população negra.
Realizada no lendário palco do Allianz Parque — antigo Palestra Itália, onde os primeiros bailes aconteceram nas décadas de 1970 e 1980 —, a edição comemorativa reuniu nomes históricos e contemporâneos da música negra. Foi uma noite para lavar a alma e celebrar o legado cultural que a Chic Show carrega há meio século.
Uma programação de respeito
O evento teve shows de peso, com Lauryn Hill, YG Marley, Wyclef Jean, Mano Brown, Criolo, Sandra de Sá, Rael, além dos DJs Grandmaster Ney, Preto Faria e Luciano, que fizeram o público reviver a potência dos bailes de outrora. Entre nostalgia e novidade, a festa reafirmou o papel da Chic Show como espaço de afirmação da cultura preta e das vozes das periferias.
Muito além do baile
A Chic Show nunca foi só festa. Sempre foi espaço político, de resistência e construção coletiva. Foi ali, nos salões lotados, que jovens negros e negras de São Paulo puderam se reconhecer, dançar, amar e existir com liberdade. E foi essa energia que voltou a tomar conta do Allianz Parque em 2024, relembrando que a cultura negra é potência viva e insubstituível.

Um legado que segue
Passada a edição histórica dos 50 anos, o nome Chic Show permanece como referência e inspiração. Documentários, livros e homenagens continuam resgatando essa memória afetiva e cultural que moldou parte da identidade negra paulistana.
Enquanto novos palcos e festas surgem, o legado da Chic Show segue como marco incontornável da cultura popular negra no Brasil — lembrando que onde toca um bom som, tem história, resistência e orgulho pulsando.