
Nos dias 19 e 20 de junho, São Paulo foi palco da 11ª Assembleia do FONGES LGBT (Fórum Nacional de Gestoras e Gestores da Política Pública LGBT), um dos principais espaços de articulação institucional do país para o fortalecimento das políticas públicas voltadas à população LGBT+. O encontro ocorreu em dois locais emblemáticos: o Memorial da América Latina e o Complexo Cultural Funarte, reunindo dezenas de representantes estaduais e municipais.

Secretaria de Estado da Pessoa com Deficiência de São Paulo
Destaque paulista na abertura
No dia 19, representando o Comitê Intersecretarial da Diversidade do Estado de São Paulo, o gestor Jeverson Mauro Zanutto abriu os trabalhos da assembleia em nome do presidente do Comitê, Rafael Calumby Rodrigues, que também coordena a Coordenadoria Estadual da Diversidade de São Paulo. Em sua fala, Zanutto apresentou o “Panorama Paulista das Políticas Públicas para a Diversidade Sexual e de Gênero” — um extenso diagnóstico que mapeia as ações promovidas pelas secretarias estaduais. Ele destacou conquistas como:
Edital PROAC + Orgulho, com R$ 2 milhões investidos em 26 projetos culturais voltados à população LGBT+;
Reforma e expansão do Museu da Diversidade Sexual, localizado na estação República do Metrô;
Crescimento expressivo no uso de nome social por estudantes da rede pública, com mais de 3.000 matrículas registradas em 2023;
Iniciativas de saúde integral para a população trans, incluindo mais de 3.400 pessoas em harmonização hormonal com apoio do Governo do Estado.
“São Paulo tem investido fortemente na transversalidade das políticas LGBT+, integrando 14 secretarias de Estado em ações conjuntas”, afirmou Zanutto.
Eleições e continuidade de gestão
Ainda no dia 19, os membros do FONGES realizaram a eleição da nova diretoria executiva. Foram eleitos:
Fernando R. Ruthes (PR) como presidente,
Ernane Alexandre (RJ) como vice-presidente,
Rebecka França (RN) como secretária executiva.

Em uma despedida emocionante, a ex-presidenta Valdirene Santos declarou:
“Entrego a presidência deste Fórum tão caro e necessário com o coração transbordando de gratidão. Só tenho a agradecer todas as pessoas que compõem esse grupo. Eu passo a presidência, mas continuo aqui, com muito orgulho. Faço essa transição com tranquilidade e confiança.”
Valdirene Santos (Campimas/São Paulo) ao lado Fernando Ruthes (Curitiba/Paraná)e Geraldo Filho (João Pessoa/Paraiba)
Reflexões e dados estratégicos
O segundo dia do evento (20 de junho), realizado na Funarte, foi aberto pela secretária nacional dos Direitos LGBTQIA+, Symmy Larrat, que enfatizou a importância da atuação em rede entre os entes federados e o Governo Federal.

Na sequência, a Secretaria Nacional da Pessoa Idosa promoveu um diálogo sobre políticas específicas para a população LGBT+ idosa. O Banco Mundial, Instituto Mais Diversidade e Instituto Matizes apresentaram dados da pesquisa “O Custo da LGBTfobia”, revelando os impactos econômicos e sociais da discriminação.
Práticas inspiradoras
A assembleia também foi espaço para a troca de boas práticas de gestão, que ocorreram nos dois dias. Gestoras e gestores apresentaram ações locais e estaduais que ampliam o acesso a direitos, como casas de acolhimento, linhas de cuidado em saúde, formações para servidores públicos e ações culturais voltadas à visibilidade LGBT+.
Encaminhamentos e futuro
O evento se encerrou com a eleição das diretorias regionais do FONGES e a definição das próximas pautas do fórum, entre elas o fortalecimento da integração com conselhos estaduais e municipais, e a articulação com o Plano Nacional de Enfrentamento à LGBTfobia.
Sobre o FONGES LGBT

O FONGES é o principal espaço de articulação das gestoras e gestores públicos que atuam na formulação e implementação de políticas para a população LGBT+ no Brasil. Criado em 2012, o fórum contribui para o intercâmbio de experiências e a construção coletiva de estratégias de enfrentamento à LGBTfobia.