
O Vale cantou Caju com 120 mil vozes.
O ano de 2025 tem sido mágico para Liniker. E na 20ª edição da Virada Cultural de São Paulo, a cantora viveu um dos momentos mais emblemáticos de sua trajetória. Ovacionada por um público de mais de 120 mil pessoas no Palco Anhangabaú, Liniker entregou um show arrebatador, repleto de sucessos que marcaram sua carreira, emocionando uma multidão que entoava, em coro, cada verso.
“São Paulo, que bom estar com vocês hoje! Eu tô muito feliz e acho que estou vivendo uma vida que jamais imaginei”, disse a artista. “Tenho só 10 anos de carreira, e isso é muito!”
Mais do que um espetáculo musical, sua apresentação foi um ato político, afetivo e simbólico, sobretudo por acontecer às vésperas do Mês do Orgulho LGBTQIAPN+. Em um país que ainda lidera os índices de assassinatos de pessoas trans, ver uma mulher negra, trans e artista ocupando com tanta potência um dos maiores palcos da Virada é uma resposta clara e afirmativa: o amor, o respeito e a existência de corpos LGBTQIAPN+ são possíveis — e são urgentes — em todos os espaços.
Liniker não apenas conquistou seu espaço — ela abriu caminho para que outros corpos negros, trans, periféricos e dissidentes também possam ocupar, com dignidade, os palcos, as ruas e os centros culturais. Sua música é farol, mas também é cura para atos retrógados de homofobia,transfobia e invisibilidade.
Alguns fãs chegaram cedo, vieram direto de outros compromissos, determinados a acompanhar cada segundo do show dessa artista que representa tanto. Para muitos, estar ali era mais do que assistir a uma performance: era testemunhar uma mulher que, com sua existência e sua arte, prova que é possível resistir, existir e transformar.
Reunir 120 mil corações se reconhecendo em uma mulher trans preta é um gesto potente. É a prova de que é possível lutar a favor do amor, da dignidade e dos avanços que a comunidade LGBTQIAPN+ merece.
Liniker continua fazendo história e abrindo caminhos.
Crédito foto: Rede social da cantora.