
Depois de três dias intensos de debates, propostas e mobilização social, a cidade de São Paulo concluiu neste domingo a sua IV Conferência Municipal dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+. O encontro, realizado na histórica Universidade Zumbi dos Palmares, marcou mais um capítulo na luta por direitos, políticas públicas e visibilidade para a população LGBTQIA+ paulistana.
O espaço acadêmico, símbolo de resistência e afirmação da identidade negra, abriu as portas para um evento que foi além das pautas tradicionais. Durante os três dias, militantes, gestores públicos, coletivos e movimentos periféricos construíram, com muita entrega, um plano coletivo de demandas e propostas que seguirá para a etapa estadual e, posteriormente, à conferência nacional.
No encerramento do primeiro dia, o militante Íkaro Kadosh emocionou os presentes ao reconhecer a dedicação de quem permaneceu no evento até o final da noite. Em suas palavras, agradeceu a cada pessoa que, mesmo sendo poucas naquele horário, seguiam fazendo a luta por muitos. Um gesto que resume a essência do que foi a conferência: uma construção feita por quem vive a realidade na pele e não abre mão de ocupar espaços e disputar narrativas.
A conferência também foi marcada por discussões sobre políticas para a população trans, direitos sociais, segurança, educação e ações afirmativas na cidade. Mais do que um evento institucional, a IV Conferência Municipal foi um ato de resistência coletiva e reafirmação do compromisso com a diversidade e a dignidade humana.
São Paulo mostrou, mais uma vez, que luta se faz com coragem e entrega — e que nenhuma política pública para a população LGBTQIA+ se constrói sem escutar quem vive a pauta nas ruas, nas quebradas e nas universidades.