
Bilionário admitiu que o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), criado para cortar gastos federais, não alcançou plenamente seus objetivos. Elon Musk participa de um almoço no Capitólio em Washington, DC, em 5 de março de 2025
REUTERS/Kent Nishimura
O bilionário Elon Musk admitiu que sua atuação na redução dos gastos públicos dos Estados Unidos, no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), não alcançou plenamente seus objetivos.
“No geral, acho que fomos eficazes. Não tão eficazes quanto eu gostaria, mas progredimos”, disse Musk na quarta-feira (30), segundo o portal Axios.
À frente do DOGE desde janeiro, Musk disse que a comissão cortou um total de 160 bilhões de dólares (905 bilhões de reais) em gastos do governo, muito abaixo do objetivo original de 2 trilhões (11,3 trilhões de reais).
Segundo o Axios, o empresário disse, também, que parte da resistência ao corte de gastos veio de dentro do governo Trump.
“Há um longo caminho pela frente. É bem difícil. É uma questão de quanta dor o governo e o Congresso estão dispostos a suportar. É possível fazer, mas requer lidar com muitas reclamações”, declarou Musk.
“Acho que provavelmente estamos acertando 70%, 80% das vezes”, acrescentou o bilionário. Ele disse acreditar que o departamento tem capacidade de gerar cortes de até US$ 1 trilhão.
Musk concedeu a entrevista a alguns jornalistas na quarta-feira, e ela foi publicada pelos veículos nesta quinta (1º). A conversa ocorreu depois de uma reunião de gabinete da qual Musk participou, e que pode ter sido uma de suas últimas no governo Trump.
Bilionário reflete sobre protestos
Musk também afirmou que o trabalho no comando do DOGE não foi muito “divertido”, citando os protestos que atingiram concessionárias da Tesla, sua empresa de carros elétricos.
“Ser atacado de forma implacável não é muito divertido. Ver carros pegando fogo não é divertido”, afirmou.
Loja da Tesla em Las Vegas é vandalizada
A princípio, o trabalho da comissão estava previsto para até 4 de julho de 2026, mas Musk afirmou que ele pode ser prolongado até o fim dos quatro anos de mandato de Trump. “Acho que sim. Está nas mãos do presidente.”
Musk também falou sobre sua intenção de dedicar menos tempo ao DOGE – o empresário deve focar mais no comando dos negócios da Tesla – e disse que está disposto a atuar no departamento de um a dois dias por semana, em média.
“Isso provavelmente significa vir a Washington a cada duas semanas, durante três dias”, disse Musk, segundo o site The Hill. “Por tempo indeterminado, pelo tempo que o presidente quiser”, acrescentou.
G1