
Por Matheus Monteiro e Guilherme Alves
Neste domingo (22), aconteceu a 29ª Parada do Orgulho LGBTQIAPN+ de São Paulo com o tema “Envelhecer LGBT+: memória, resistência e futuro”. Para além das pautas discutidas nas paradas anteriores, o evento trouxe a temática para debater o direito desta parcela da população de envelhecer com dignidade e respeito. Além de olhar para os membros da comunidade que resistiram por décadas, rompendo barreiras e abrindo caminhos.
Produzida pela Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOLGBT-SP), a Parada integra uma programação que visa promover, homenagear e dar visibilidade às demandas levantadas pela população LGBTIAPN+. Entre os eventos estão a Feira Cultural da Diversidade, que aconteceu na última quinta-feira (19) e a Corrida do Orgulho LGBT+, realizada no sábado (21).
A Parada teve início às 10h na Avenida Paulista, centro de São Paulo, onde seguiu em direção à Rua da Consolação. Neste ano, a festa contou com 17 trios elétricos e reuniu artistas como Pepita, Pedro Sampaio e Banda Uó. Além destes, algumas figuras políticas marcaram presença para discutir as pautas em relevância de 2025.
Ediane Maria, deputada estadual pelo PSOL-SP, comentou sobre sua trajetória como pessoa LGBT+:
“Assim como várias (outras mulheres), tive que casar, ter filhos e mostrar para a sociedade que ter uma família dentro dos padrões seria o ideal. (…) Eu estou aqui hoje para dizer que estar viva é o maior símbolo de resistência no país que quer varrer a nossa história o tempo inteiro”.

Outra fala que merece destaque foi a de Kate Lima. A vereadora do PSOL-SP inspirou o público quando levantou questões sobre intersecções de raça e classe que atravessam as vivências da população.
“Nós somos contra a escala 6×1 porque não existimos para servir e sim para amar, para lutar, para construir outras possibilidades e envelhecer com dignidade. Enquanto tiver uma extrema-direita que quer nos silenciar (…), nós estamos aqui resistindo˜.
A deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP), um dos símbolos do movimento LGBTQIAPN+, não pôde comparecer à Parada deste ano, mas gravou um vídeo em suas redes sociais incentivando as pessoas a irem ao evento e parabenizando a organização pelo tema.
“Olhar para a ancestralidade é também projetar o futuro. Reconhecer nossos mais velhos que abriram o caminho lutando para que hoje nós pudéssemos estar aqui, é também projetar a nossa continuidade lá no futuro. (…) Poder pensar a velhice, para nós, é um privilégio que ainda estamos alcançando”.