
Na amostra geral, os delitos mais comuns relatados pelos adolescentes, cometidos no último ano foram: brigas de grupo (7,3%), porte de arma (5,2%), pichações (4,9%), furtos em lojas (4,0%), hacking (3,4%) e vandalismo (2,7%). Ao analisar a prevalência ao longo da vida, as infrações relatadas foram as mesmas, mas em ordem diferente: brigas de grupo (13,9%), furtos em lojas (11,0%), porte de armas (9,8%), pichações (8,0%), pirataria (6,8%) e vandalismo (6,0%).
Entre os grupos analisados, os adolescentes com “Alto Autocontrole” disseram ter tido envolvimento em brigas de grupo e porte de armas no último ano, além de furtos em lojas ao longo da vida. Já os “Buscadores de Sensações” apresentaram padrões semelhantes, com acréscimo do porte de arma entre as infrações mais frequentes ao longo da vida. Para o grupo de “Baixo Autocontrole”, as infrações mais recorrentes foram brigas de grupo e pichações no último ano, além do porte de armas como delito predominante ao longo da vida. Os “Impulsivos”, por sua vez, relataram maior incidência de brigas de grupo e furtos em lojas em ambas as medições.
Em relação às infrações mais graves do ponto de vista psicossocial, que envolvem riscos para a integridade física e/ou psicológica das vítimas, observou-se uma prevalência relativamente baixa para todos os grupos. No entanto, a prevalência dessas infrações no grupo de “Baixo Autocontrole” foi de 2,5 a 10,5 vezes maior em comparação ao grupo de “Alto Autocontrole”. Os dados incluem furto de veículos (1,9% contra 0,2%), roubo (3,2% contra 0,5%), agressão (10,1% contra 1,6%), publicação de conteúdo íntimo (3,5% contra 1,2%) e discurso de ódio on-line (5,6% contra 2,3%).
Para a professora Marina Bazon, os resultados confirmam estudos realizados em outros países e fornecem dados importantes que validam a necessidade de os pais e responsáveis assumirem o papel de supervisão dos adolescentes, tarefa que em sua opinião “é desafiadora, pois há a supervisão do mundo on-line e off-line, além de que os adolescentes estão em uma fase de mais resistência ao controle familiar”.
Mais informações com: Ana Beatriz do Prado Schiavone, anabiaschiavone@gmail.com; Marina Rezende Bazon, mbazon@ffclrp.usp.br