
Um incêndio de grandes proporções atingiu na manhã desta sexta-feira (1º) a comunidade Caminho São Sebastião, em Santos, no litoral de São Paulo. Segundo a Defesa Civil do Estado, cerca de 100 moradias construídas sobre palafitas foram destruídas pelo fogo. Uma pessoa morreu e outras ficaram feridas.
As chamas começaram por volta das 7h40 e se espalharam rapidamente pela comunidade, construída sobre estacas de madeira às margens do Rio dos Bugres, na Zona Noroeste da cidade. Por ser um local de difícil acesso, o incêndio se alastrou com velocidade, dificultando o trabalho dos bombeiros.
O Corpo de Bombeiros mobilizou 46 agentes e 15 viaturas para combater o fogo, com apoio de equipes das cidades vizinhas, como Cubatão e São Vicente. A operação ocorreu em três frentes, cobrindo uma área de aproximadamente 3 mil m².
Durante a fase de rescaldo, que visa resfriar a área e evitar novos focos de incêndio, os bombeiros encontraram um corpo carbonizado. A vítima seria uma mulher de cerca de 60 anos que, segundo relatos, havia sido retirada de sua residência, mas retornou ao local para tentar salvar seus pertences.
Atendimento às vítimas
A Prefeitura de Santos iniciou o cadastramento das famílias atingidas no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Bom Retiro, na Avenida Nossa Senhora de Fátima. O prefeito Rogério Santos (Republicanos) afirmou que a administração municipal está verificando a disponibilidade de escolas para abrigar temporariamente os moradores que ficaram sem lar.
Em apoio às ações emergenciais, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) colocou a Secretaria de Habitação e a Defesa Civil do Estado à disposição do município.
O Fundo Social de Solidariedade de Santos está recebendo doações de roupas, alimentos não perecíveis e água potável. As doações podem ser entregues na sede da instituição, na Avenida Conselheiro Nébias, 388, no bairro Encruzilhada.
A Defesa Civil Estadual enviou o Centro de Gerenciamento de Emergências à cidade para prestar ajuda humanitária. Kits de higiene, de limpeza e cestas básicas estão sendo distribuídos na Rua Brigadeiro Faria Lima, 677.
Vulnerabilidade estrutural
As palafitas, estruturas construídas sobre estacas de madeira, são comuns em áreas alagadiças como o Dique da Vila Gilda. As construções improvisadas e próximas umas das outras aumentam o risco de tragédias, como incêndios e inundações.
Durante o incêndio, muitos moradores arriscaram suas vidas tentando salvar documentos, móveis e eletrodomésticos. A tragédia escancara a precariedade das condições de moradia em áreas de ocupação irregular e a urgência de políticas públicas voltadas à habitação segura.