
Na quarta-feira, 23 de abril, data consagrada a São Jorge, a Acadêmicos do Tatuapé — atual vice-campeã do Carnaval de São Paulo 2025 — realizou com grande sucesso sua tradicional Feijoada de São Jorge. O evento reuniu cerca de duas mil pessoas na quadra da escola, localizada no bairro do Carrão, Zona Leste da capital, reafirmando a força e o prestígio da agremiação azul e branca.
Além da saborosa feijoada, os foliões foram agraciados com cerveja gelada e muito samba no pé. A escola foi ovacionada pelo público presente, que vibrou com cada samba entoado pela bateria Qualidade Especial, comandada pelo Mestre Léo Cupim, em um clima de comunhão e festa.
Celsinho Mody, intérprete oficial da escola, celebrou o prêmio de Melhor Intérprete do Carnaval 2025. Com humildade, dividiu o reconhecimento com a ala musical e toda a comunidade da escola:
“Esse prêmio é nosso. Cada componente que cantou na avenida, cada pessoa que acreditou no nosso samba sobre a justiça, merece esse reconhecimento”, declarou.
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diego e Jussara, também foi exaltado pela escola e pelo público, recebendo aplausos calorosos ao serem consagrados como o Melhor Casal de 2025 entre todas as agremiações. Um casal que representa, com elegância, força e ancestralidade, o pavilhão da escola, emocionando a todos com sua apresentação impecável.
Durante o evento, a diretoria da Acadêmicos do Tatuapé aproveitou para anunciar o aguardado enredo para o Carnaval de 2026, que surpreendeu pelo viés social e pela potência da mensagem:
“Plantar para colher e alimentar.
Tem muita terra sem gente.
Tem muita gente sem terra!”
A proposta inovadora marca uma guinada temática para a agremiação, que nos últimos anos abordou temas ligados ao CEP e à ancestralidade. Em 2026, o Tatuapé mergulha em uma pauta urgente: a desigualdade no acesso à terra.
O enredo propõe refletir sobre questões como reforma agrária, justiça social, segurança alimentar e o papel da terra na construção de um país mais justo.
A frase “Plantar para colher e alimentar” reforça a ideia de que a terra deve servir ao bem comum — produzindo alimento para o povo. Já “Tem muita terra sem gente. Tem muita gente sem terra!” ecoa um clamor histórico por justiça fundiária, em sintonia com os debates contemporâneos sobre soberania alimentar e sustentabilidade.
Com energia renovada e um propósito coletivo ainda mais potente, a Acadêmicos do Tatuapé segue firme no caminho das glórias. O samba da Zona Leste segue pulsando forte, com fé, talento e muita garra.