
Já no segundo espaço, Espada ressalta a presença de esculturas e pinturas que constituem o núcleo concreto da exposição: obras como o Grande Móbile Branco (1963), de Alexander Calder, e Polivolume (1948), de Mary Vieira, se destacam ao olhar do público pela sua dinâmica de interatividade. “Calder cria um móvel que tem todo um planejamento e trabalha a ideia de equilíbrio. Ao mesmo tempo que é uma obra com linhas, placas e planos, também traz uma leveza, algo lúdico. A princípio, ela foi pensada para se movimentar a partir do vento e da própria interação com as pessoas”, detalha.
A arte em gravura e a predominância de artistas femininas marcam o terceiro ambiente da exposição. Em trabalhos como Xilogravura III (1956), de Maria Bonomi, e 5908 (1959), de Fayga Ostrower, há a conciliação de elementos geométricos com traços gestuais, de modo a evidenciar a expressividade das artistas. “Na década de 1950, a gravura abstrata teve importância significativa no Brasil”, explica Espada.
Ao alcançar o último espaço expositivo, o público se depara com uma explosão abstracionista: obras que simbolizam a completa desconstrução da materialidade e o uso de traços agressivos dialogam com o íntimo do espectador. “Como muitas dessas obras surgem no período pós-guerra, elas representam a crise e a quebra de paradigmas. Aqui observamos gestos explosivos que apelam para a extrema individualidade, tratando de questões humanas mais amplas”, aponta.