Fenômenos climáticos podem ser minimizados pela transição energética – Jornal da USP

Relatório do Fórum Econômico Mundial aponta desafios a serem vencidos para redução dos impactos climáticos

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Lampada em local escuro com luzes ofuscadas ao fundo
Com efeito direto na produção de energia a transição pode diminuir os impactos dos eventos climáticos – Foto: Joe por Pixabay
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A relação entre a transição energética e os eventos climáticos extremos é um dos principais focos do Global Risks Report 2025, relatório do Fórum Econômico Mundial que alerta sobre a intensificação de fenômenos climáticos como enchentes, furacões e ondas de calor. Esses eventos, cada vez mais frequentes e severos, são amplificados pela contínua dependência de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás natural, cujas emissões de gases de efeito estufa contribuem diretamente para as mudanças climáticas. Em resposta a esses desafios, a transição para energias renováveis é apresentada como uma solução essencial para reduzir os impactos climáticos e promover a sustentabilidade global.

De acordo com o relatório, eventos climáticos extremos ocupam um lugar de destaque entre os maiores riscos globais de curto prazo, e sua frequência crescente evidencia o peso das mudanças climáticas na realidade atual. O impacto direto desses eventos é ilustrado por desastres recentes, como enchentes no Brasil, furacões nos Estados Unidos e ondas de calor na Ásia. Esses fenômenos destacam fragilidades estruturais nas infraestruturas energéticas e a necessidade de adaptação urgente dos sistemas energéticos às novas realidades climáticas.

A transição energética é destacada como uma oportunidade crucial para limitar os efeitos das mudanças climáticas. Fontes de energia renovável, como solar, eólica e hidrogênio verde, têm o potencial de reduzir drasticamente as emissões de carbono, fortalecer a resiliência energética e criar oportunidades econômicas significativas, como a geração de empregos. Contudo, o relatório ressalta os desafios associados a esse processo, incluindo a necessidade de grandes investimentos em infraestrutura, a integração de fontes renováveis intermitentes e a crescente demanda por materiais críticos para tecnologias de armazenamento de energia.

Além disso, o relatório aponta para os desafios geopolíticos e econômicos que permeiam a transição energética. A capacidade desigual dos países em implementar fontes renováveis amplia desigualdades globais e pode gerar tensões sobre a distribuição dos benefícios da transição. Países com maior capacidade tecnológica ou recursos naturais abundantes têm avançado mais rapidamente, enquanto nações em desenvolvimento enfrentam dificuldades significativas devido à falta de financiamento, infraestrutura e acesso a tecnologias limpas.

A cooperação internacional surge como elemento indispensável para enfrentar esses desafios. O relatório sublinha a necessidade de esforços coordenados entre governos, empresas e organizações internacionais para superar barreiras técnicas, econômicas e políticas. Iniciativas como transferência de tecnologia, financiamento acessível e políticas públicas inclusivas são destacadas como ferramentas essenciais para acelerar a transição e garantir que seus benefícios sejam compartilhados de forma equitativa.

O Global Risks Report 2025 também reforça a conexão entre mudanças climáticas e outros riscos, como deslocamento forçado de populações e crises sociais. A transição energética, nesse contexto, é vista como uma resposta integrada aos desafios ambientais, econômicos e sociais, sendo fundamental para a construção de um futuro mais sustentável e resiliente.

A Série Energia tem apresentação do professor Fernando de Lima Caneppele (FZEA), que produziu este episódio com Murilo Miceno Frigo, discente de doutorado e professor do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul (IFMS). A coprodução é de Ferraz Junior e edição da Rádio USP Ribeirão. Você pode sintonizar a Rádio USP Ribeirão Preto em FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS.

 

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