Declaração polêmica de dirigente partidário surpreende ativista e levanta suspeitas de disputa política interna
Na última semana, uma declaração causou surpresa e repercussão nos bastidores da militância LGBTQIAP+ do estado de São Paulo. Marcelo Moraes, atual Secretário LGBT do PT-SP, afirmou publicamente, durante um evento na região do Grande ABC, que o advogado e ativista Dr. Rafael Calumby teria sido “jogado” para a Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo — numa suposta transferência de cargo que, segundo ele, indicaria o fim da Coordenação Estadual de Políticas para a Diversidade Sexual.
A fala, no entanto, foi desmentida por fontes ligadas ao governo. Segundo informações apuradas, tanto o governador Tarcísio de Freitas quanto o Secretário Executivo de Estado da Justiça e Cidadania de São Paulo, Dr. Raul Christiano, não têm conhecimento de qualquer alteração oficial envolvendo a estrutura da Coordenação da Diversidade Sexual do Estado ou o cargo atualmente ocupado por Calumby.
Procurado, Dr. Rafael Calumby declarou ter recebido com espanto as declarações do dirigente partidário. “É lamentável ver um companheiro de militância espalhar informações falsas. Sigo firme na missão que me foi dada, atuando em diversos municípios na implantação dos Conselhos Municipais de Diversidade e na articulação das Conferências LGBT, conforme orientações da Secretaria da Justiça e Cidadania”, afirmou.
Calumby também reforçou seu compromisso com a pauta da diversidade e lamentou o que classificou como uma tentativa de deslegitimação de seu trabalho. “Tenho viajado o estado todo representando a causa LGBTQIAP+ em nome da Coordenação. Parece que há quem sinta ciúmes por não ser chamado para essas ações, limitando-se apenas aos eventos internos de seu partido”, completou.
A declaração de Marcelo Moraes é vista por interlocutores como parte de uma disputa velada pelo cargo de Coordenador da Diversidade. O episódio reacende discussões sobre o uso político-partidário de pautas identitárias e a necessidade de manter o foco no fortalecimento das políticas públicas para a população LGBTQIAP+, independentemente de filiações e interesses pessoais.
Por Everton Moraes
