
Segundo Vitória Avelino, é preciso incentivar reformas de acessibilidade, visando à inclusão da população idosa
Por Yasmin Teixeira*
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De acordo com dados de um levantamento do Ministério do Turismo, publicado em 2022, os idosos representam 15% dos turistas domésticos e 10% dos internacionais. Em adição à pesquisa, a maioria dos entrevistados afirmou que pretende continuar com o hábito das viagens, o que mostra uma crescente tendência de deslocamento pela parcela idosa da população.

Aumento nas viagens
Segundo Vitória Avelino, doutoranda em Turismo pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São Paulo, diversas razões podem influenciar o crescimento dessas viagens. “A melhoria na qualidade de vida, o avanço da medicina preventiva, o envelhecimento ativo e o aumento da expectativa de vida são elementos importantes”, detalhou. Entretanto, além destes, outros aspectos estruturais devem ser considerados, como o tempo livre proveniente da aposentadoria e renda estável.
A aposentadoria, de acordo com a Revista de Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina, redefine o tempo social do idoso, o que o permite focar em outras atividades, principalmente voltadas ao lazer, que podem tornar-se benefícios ao bem-estar. Segundo um estudo de 2023, que analisou o perfil do consumidor idoso no turismo brasileiro, publicado na Revista Científica Multidisciplinar, a prática do turismo proporciona benefícios emocionais e sociais, o que contribui para o bem-estar dos idosos.
Estratégias
Em vista dos avanços, entretanto, é necessário que se pense em ampliar estratégias de adaptabilidade para esta parcela da população. A presença de escadas, calçadas mal conservadas, falta de rampas e poucas opções de hospedagem visando a pessoas com mobilidade reduzida são alguns dos empecilhos. Para Vitória, “é preciso oferecer comunicação clara, atendimento humanizado e profissionais capacitados para lidar com as necessidades desse público, que valoriza conforto, segurança e autonomia durante as viagens, pois não dá para ignorar os desafios”. Segundo a doutoranda, o Brasil tem se especializado nisso: “No Brasil, operadoras têm seguido o exemplo, desenvolvendo soluções sob medida para esse público, com foco na autonomia, no conforto e na segurança”.
*Sob supervisão de Cinderela Caldeira
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