
SANTOS – A 8ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ de Santos reuniu milhares de pessoas na orla da cidade no último fim de semana, transformando o espaço público em um grande ato de visibilidade, resistência e celebração. Com o tema “Envelhecimentos LGBT+: Memória, Resistência e Futuro”, o evento jogou luz sobre as trajetórias da população LGBTQIA+ mais velha e reafirmou a luta por dignidade em todas as fases da vida.
A abertura oficial aconteceu no trio elétrico com discursos de Rafael Calumby Rodrigues, Coordenador Estadual de Políticas para a Diversidade Sexual da Secretaria da Justiça e Cidadania de São Paulo; Eduardo Ferreira, presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT de Santos (APOLGBT-Santos); Audrey Kleys, vice-prefeita da cidade; e Wellington Paulo da Silva Araújo, representante do Conselho Municipal LGBT+ de Santos. Wellington reafirmou o compromisso do conselho na construção coletiva das políticas públicas e no fortalecimento da Parada, destacando a importância da articulação entre sociedade civil e poder público para avanços efetivos. As falas reforçaram o compromisso com políticas públicas estruturantes voltadas à cidadania, saúde, cultura e geração de renda para a população LGBT+.

Durante sua participação, Rafael Calumby anunciou que o Governo do Estado de São Paulo ofereceu 3 mil vagas de emprego exclusivas para a população LGBT+ na semana anterior à Parada, em parceria com a APOLGBT-Santos. “Capacitamos nossa população com educação para que possam permanecer nos cargos. A comunidade pode ser advogada, promotora, não apenas manicure ou cabeleireiro, como dizem”, afirmou Calumby em entrevista ao jornal A Tribuna.
As vagas de trabalho foram precedidas por cursos de capacitação e empreendedorismo e fazem parte de um esforço conjunto para inclusão produtiva e combate à desigualdade. Segundo o coordenador, “eventos como a Parada ajudam a levar serviços e políticas públicas para a população”.
Em ofício oficial enviado à organização do evento, Rafael ainda destacou:
“Sob o tema ‘Envelhecimentos LGBT+: Memória, Resistência e Futuro’, o evento demonstrou sensibilidade e compromisso político com as pautas mais urgentes da nossa população, ao promover o reconhecimento da trajetória de quem abriu caminhos e segue resistindo na luta por dignidade, equidade e cidadania.”
Além da Parada, a programação incluiu a conferência sobre direitos LGBTQIA+ e a 3ª edição da DiversaFeira – Feira da Diversidade de Santos, que ofereceu espaços de formação, articulação comunitária e fomento à cultura e ao empreendedorismo. Entre as experiências oferecidas na feira, estiveram exposições de incensos artesanais, com finalidades voltadas ao bem-estar espiritual e emocional, como arruda, lavanda, alecrim, patchouli e sândalo.
A Parada foi realizada com apoio da Secretaria de Estado da Cultura, Economia e Indústria Criativas, por meio do Programa de Ação Cultural (ProAC), com parceria da Associação Paulista dos Amigos da Arte (APAA), do coletivo Tudo Vira Cult SP e da Prefeitura de Santos.

A drag queen Tchaka, uma das apresentadoras do evento, reforçou que “a Parada mostra que a cidade está de portas abertas à diversidade”. Já Eduardo Ferreira, presidente da APOLGBT-Santos, afirmou ao jornal A Tribuna: “A Parada do Orgulho LGBT é, acima de tudo, uma grande manifestação. É um momento em que as pessoas LGBT não só vão às ruas para desfilar o seu orgulho, mas também para pautar o Poder Público sobre políticas voltadas à comunidade”.

Ao longo do percurso, os leques coloridos se transformaram em instrumentos de aplauso coletivo, tornando cada gesto um símbolo de afirmação. A 8ª Parada do Orgulho LGBT+ de Santos reforçou que celebrar o orgulho é também afirmar a memória e construir o futuro — um futuro onde o respeito, a cidadania e a inclusão sejam direitos inegociáveis









