
No dia 30 de março, a capital paulista receberá a 2ª Marcha Transmasculina de São Paulo, um ato político e cultural que reforça a luta por direitos fundamentais da população transmasculina no Brasil. Com o tema “Transmasculines na linha de frente: Nossa luta é por trabalho, moradia, saúde, educação e dignidade”, a mobilização terá início às 12h, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), e seguirá em marcha até a Praça Dom José Gaspar, no centro da cidade
A organização do evento, assim como no ano passado, é do Instituto Brasileiro de Transmasculinidades – Núcleo São Paulo (IBRAT-SP), e vem sendo construída de forma coletiva. No dia 9 de fevereiro, uma assembleia popular reuniu mais de 100 pessoas para definir os rumos da Marcha deste ano, garantindo que as pautas e demandas do movimento sejam estabelecidas por aqueles que vivem essa realidade diariamente.
“Ser transmasculino no Brasil é existir apesar de um CIStema que nos nega. Mas nós recusamos o apagamento. A Marcha é nosso grito coletivo, nossa afirmação de vida, cultura e resistência. Estamos aqui, organizados e em movimento, porque nossa existência é inegociável e a cidade vai nos ver, nos ouvir e sentir nossa força”, aponta Ravi Spreizner, vice-coordenador geral do IBRAT-SP.

Histórico e continuidade da luta
A 1ª Marcha Transmasculina de São Paulo, realizada em 2024, marcou um momento inédito na história do movimento trans no Brasil e no mundo. Segundo dados da Polícia Militar e da CET, mais de 10 mil pessoas se reuniram na Avenida Paulista para reivindicar visibilidade e direitos. Em 2025, a Marcha reafirma seu compromisso com a luta pelo acesso digno a políticas públicas essenciais, como saúde, trabalho, moradia e educação.
“Nossa existência não pode ser ignorada. Estamos na linha de frente da luta por direitos básicos que garantam nossa dignidade e nossa sobrevivência. A mobilização popular da Marcha reflete a urgência de políticas públicas efetivas para pessoas transmasculinas no Brasil”, afirma Kyem Ferreiro, coordenador geral do IBRAT-SP.

IBRAT-SP: o protagonismo transmasculino na luta por direitos
O IBRAT-SP é uma organização de referência na luta pelos direitos da população transmasculina, promovendo articulações políticas, ações de saúde pública e iniciativas culturais voltadas para o fortalecimento da comunidade. Fundado em 2013 e reestruturado em 2020, o instituto tem como objetivo principal garantir visibilidade e políticas públicas para transmasculines, articulando-se com movimentos sociais, ativistas e parlamentares.
Além de sua atuação na Frente Parlamentar LGBTQIA+ e no Comitê Municipal de Saúde LGBTQI+, o IBRAT-SP promove eventos para a comunidade transmasculina, como o ECAT – Encontro de Crianças e Adolescentes Trans, Vozes da Terra – que em sua última edição abordou transmasculinidades em retomada indígena, e Nossos Corpos em Movimento, abordando sobre a saúde mental e física de pessoas trans.