
Começa nesta quarta-feira, 25 de junho, a 20ª edição da CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, evento que transforma a cidade histórica mineira em um grande palco do audiovisual brasileiro. A programação, que segue até o dia 30, é totalmente gratuita e reúne filmes, debates, encontros, atividades formativas, apresentações musicais e uma festa junina. Considerada o maior evento dedicado à preservação, educação e história do cinema nacional, a CineOP celebra duas décadas reafirmando seu papel de espaço de memória e reflexão crítica sobre o audiovisual.
Ao todo, serão exibidos 143 filmes, entre longas, médias e curtas-metragens, vindos de 10 estados brasileiros (MG, RJ, SP, PE, CE, ES, BA, AM, PR e RN) e de cinco países (Brasil, Argentina, Colômbia, Chile e Estados Unidos). As produções estão organizadas em 12 mostras temáticas: Histórica, Competitiva, Contemporânea Longas, Contemporânea Curtas, Educação, Valores, TV UFOP, Preservação, Mostrinha, Cine-Escola, Cine Concerto e Itaú Cultural Play. As exibições acontecem em três espaços da cidade: Cine-Praça, na Praça Tiradentes; Cine-Teatro, no Centro de Convenções; e Cine-Museu, no Anexo do Museu da Inconfidência.
O tema central desta edição é “Preservação: a Alma do Cinema Brasileiro”, desdobrado em três eixos curatoriais: “Criar Memória” (Preservação), “O humor das mulheres no cinema brasileiro” (História) e “Lugares de Memória: acervos e acesso” (Educação). Os debates e reflexões a partir desses eixos começam já no primeiro dia de evento, com a realização dos Encontros da Educação e dos Encontros de Arquivos.
A cerimônia oficial de abertura está marcada para a quinta-feira, 26 de junho, às 19h30, na Praça Tiradentes. Uma performance audiovisual dirigida por Chico de Paula dará início às celebrações. Com roteiro assinado por ele e por Raquel Hallak, a apresentação reúne música, teatro e projeções em uma costura artística que reflete os conceitos desta edição. Participam da performance a cantora Adrianna, o músico Anderson Daher, o violoncelista Bruno Alves, o violinista Giovanni Santiago, a atriz Inês Peixoto, o ator Marcelino Xibil, a soprano Patrícia Cardoso e o pianista Will Motta. A trilha sonora será executada ao vivo pela DJ Fê Linz e as imagens projetadas pela VJ Pyäty. A apresentação será conduzida pelo ator e dramaturgo David Maurity.
Um dos destaques da noite de abertura é a homenagem à atriz Marisa Orth, reconhecida por seu trabalho na televisão, no cinema e no teatro. Conhecida por personagens marcantes como Magda Antibes, do seriado “Sai de Baixo”, Orth será celebrada por sua contribuição ao humor e por trazer à cena uma crítica ácida e inteligente às representações femininas.
A cerimônia também marca a entrega de dois prêmios criados especialmente para esta edição comemorativa. O Prêmio Preservação será concedido ao professor e pesquisador João Luiz Vieira, em reconhecimento ao seu trabalho na formação de profissionais do audiovisual e no fortalecimento de políticas públicas de preservação. Já o Prêmio Cinema e Educação será entregue à socióloga e educadora Maria Angélica dos Santos, por sua atuação na formação crítica de jovens a partir do uso pedagógico do cinema. Os homenageados da noite recebem o Troféu Vila Rica.
Ainda na quinta-feira, após a performance e as homenagens, o público poderá assistir à exibição de uma sessão especial de curtas-metragens que integram a mostra histórica, com foco no humor protagonizado por mulheres. Estão na programação os filmes “A Mulher Fatal Encontra o Homem Ideal” (Carla Camurati, 1987), “A Origem dos Bebês Segundo Kiki Cavalcanti” (Anna Muylaert, 1995), “Esconde Esconde” (Eliana Fonseca, 1988), “Lá e Cá” (Sandra Kogut, 1987) e “A Má Criada” (Sung Sfai, 1993). As obras foram selecionadas por sua abordagem crítica, bem-humorada e inventiva da presença feminina no audiovisual brasileiro.
Encerrando a primeira noite, o Centro de Convenções recebe o show da cantora e compositora Xênia França. Indicada e premiada no Grammy Latino de 2023 pelo disco “Em Nome da Estrela”, a artista baiana radicada em São Paulo apresenta um repertório que mescla ritmos afro-brasileiros, jazz e pop, com forte presença de ancestralidade e inovação musical.
Realizada pela Universo Produção, a CineOP se consolida como um espaço de articulação entre memória e futuro, promovendo diálogos entre cineastas, pesquisadores, professores, estudantes, técnicos e o público em geral. A cada edição, reforça a importância do audiovisual como ferramenta de transformação cultural, social e política no Brasil.